Espontaneidade
Por: Cristina Vergnano
Rui se orgulhava de ser racional: tudo decidia com lógica e reflexão. Um dia, viu uma moto passando no vermelho e atropelando um molecote. Não pensou: sentiu.
Correndo pela calçada, pulou amarelinha nas lajotas. Assobiou um samba antigo. Tomou sorvete e um chopp. Roubou a rosa dum jardim. Entrou em casa e tascou na mulher um beijo de novela.
Dormiu como não o fazia há anos.