Feliz aniversário, mamãe!
Por: Cristina Vergnano
Hoje, são 07 de maio de 2020… Há exatos 89 anos, aproximadamente uns 5 meses antes da inauguração da imagem do Cristo Redentor sobre o Corcovado, no Rio de Janeiro, nascia minha mãe. Uma data importante, digna de comemorar, até porque, quem nascia em 1931 tinha uma expectativa de vida bem inferior a esse tempo (algo, talvez, em torno de 45 anos em média, na capital do país… imaginem!).
Não haverá este ano, contudo, comemoração… Não por causa da quarentena da Covid-19. Eu já havia planejado tudo! Tinha decidido que faria um bolinho (de nozes, seu preferido) e levaria até a sua casa para um “Parabéns” cuidadoso. Ela morava só com a minha irmã. Seríamos, portanto, bem poucos. Provavelmente, estaria presente, ainda, a cuidadora que a acompanhasse nesse dia. E iríamos somente meu marido e eu, com máscara, álcool gel e tudo o mais… Minha prima e o marido, que vivem perto, deveriam acompanhar tudo por vídeo chamada, ou dar um pulinho e mandar beijos e parabéns do portão, lá embaixo, enquanto ela acenaria da janela e mandaria beijinhos… Cantaríamos o “Parabéns para você” adaptado na Igreja de São Francisco Xavier, de que ela tanto gostava:
Parabéns pra você/ é minh’alma quem diz./ Deus te cubra de bênçãos/ e te faça feliz!/ É Jesus quem te abraça/ e Maria também, / neste dia de festa, / com os anjos, amém!
Depois, cantaríamos, ainda:
A mamãe já foi abençoada,/ porque o Senhor já derramou o seu amor. O Senhor já derramou/ o senhor já derramou/ o Senhor já derramou o seu amor!
…E ela cantaria junto, muito feliz, batendo palmas, sorrindo e apertando os olhinhos de puro contentamento. A seguir, faria questão de distribuir entre nós os pedaços de bolo, sempre sorridente, pousando para as fotos. E teríamos que lembrar a ela que não poderíamos dar abraços nem beijinhos, por conta da Covid-19. Ao que ela responderia de forma condescendente: “Está bem, minha filha!”
Acontece, porém, que, na madrugada do domingo, 26 de abril, tivemos que a levar às pressas para o hospital: pneumonia, até onde sabíamos! E, em tempos de covid, (não há, até hoje, resultado do teste) representa uma séria suspeita de infecção pelo tal vírus. Para nossa angústia, também ocorreu um infarto.
Ela ficou 6 dias internada, num CTI de isolamento, entubada, em coma induzido por sedação profunda, tendo chegado a necessitar de hemodiálise. Infelizmente, seu coração não resistiu e ela faleceu no dia 1º de maio, “dia do trabalhador” (como ela havia sido) e do seu casamento, muitos e muitos anos antes. Resumo da história: não pode haver comemoração porque ela já não está conosco…
Contudo… não haverá mesmo?!? Apesar desse quadro triste, podem continuar a leitura!!!! Este não será um lamento sofrido e fúnebre de quem se despede, mas um canto de gratidão à vida! Porque se trata disso e merece, sim, comemoração!!! Mesmo que não seja a que eu tinha planejado originalmente. Afinal, ela continua viva em nossos corações, nas memórias de cada pessoa a quem tocou com sua gentileza, nas filhas, nas coisas que realizou… E, para nossa crença, está em paz, nos braços do Pai, olhando tudo aqui embaixo e velando por nós.
Voltemos, então, no tempo. Para a menininha pobre de Inhaúma, cujo aniversário hoje rememoramos (e celebramos). Ela nasceu pobre, é verdade. Numa família grande para os padrões de hoje em dia, mas que nem o seria tanto na década de 1930. Vovô era motorista de ambulância. Vovó, cuidava da casa, dos filhos e, poucos anos mais tarde, quando meu avô morreu, criou e cuidou deles sozinha, fazendo doces e lavando roupa para fora. A menina foi a penúltima filha e teve 5 irmãos: 3 homens mais velhos que ela, e duas mulheres – uma mais velha e uma caçulinha, três anos mais nova. Viviam em Inhaúma, como eu disse, numa época em que o bairro era mais uma zona rural. Sua casinha ficava numa espécie de cortiço, com tanque de lavar roupa e banheiro coletivos no pátio comum a todos. Na casa grande, da frente, moravam seus padrinhos de batismo. Vocês pensarão que era uma vida ingrata, dura e infeliz. Pode até ser que fosse difícil, mas a visão que minha mãe me passou daqueles anos, do que ela se lembrava, foi muito bonita. E deve ter sido mesmo uma pessoinha iluminada, pois recebeu de sua madrinha o apelido de Beleza, simplesmente porque era isso para ela: uma beleza!
Meu avô, enquanto era vivo, costumava jogar cartas com o “dindinho” dela à noite, mas parava tudo para ir arrumar a caminha da pequenina. Juntava duas cadeiras, colocava cobertores e deixava a caminha improvisada bem aconchegante para ela. E era com grande carinho que ela contava isso.
A criançada brincava toda junta no pátio. Lembro ainda de uma foto da menininha descalça no chão de terra, com um vestidinho simples, ao lado da irmã menor. Ali, pulavam corda, corriam, pulavam amarelinha… E, nos meses de junho, tinha festa junina: balões; sorte em papeizinhos dobrados e colocados na água, ao sereno, para desvendar seus segredos no dia seguinte; fogueira; danças e quadrilhas. Era uma vida bem simples, com a luta diária pela sobrevivência, mas também as histórias, os causos, as crendices, como as facas enfiadas na bananeira que gemia, ou as ronqueiras do bambuzal sob o vento. De seus brinquedos, lembro-me do rádio galena que seu querido irmão fez para ela, e do bebê engatinhando (bonequinho movido com corda).
A garotinha, que perdeu seu pai aos 5 anos, cresceu. Uma jovem sorridente, magrinha, com longas tranças escuras e espessas. Minha avó e as filhas iam todo domingo à missa, na igreja de São Tiago de Inhaúma. Ela se tornou, como as irmãs, filha de Maria, dedicando uma sincera devoção à nossa Mãe do Céu. Sua religiosidade e fé a acompanharam por toda a vida, dando-lhe força nos momentos difíceis e sendo fonte de gratidão nos felizes.
Na casinha onde viviam, reuniam-se com os irmãos e seus amigos para conversar, ouvir música no rádio (adorava Carlos Galhardo e Francisco Alves; preferia Emilinha Borba à Marlene) e dançar. Também falava com entusiasmo das sessões de cinema dos fins de semana. Ela gostava muito de aventura e ficção científica. Dela, aliás, herdei o gosto pelo gênero e fui apresentada a Flash Gordon. Cheguei mesmo a ver (mais de uma vez e, posteriormente, comprar os DVDs) o seriado em preto e branco, filmado em 1936 (Flash Gordon no Planeta Mongo), com 13 capítulos. Eles eram apresentados apenas um por semana e sempre acabavam com o mocinho ou a mocinha em grande perigo. Imaginem ter que esperar uma semana inteira para saber como eles escapavam da morte!!!!! Ao lado dos filmes, estava seu gosto por gibis, como a revista O Tico-Tico (considerada a primeira revista em quadrinhos brasileira). Foi em conversas com ela que ouvi falar de Reco-Reco, Bolão e Azeitona, personagens de Luiz Sá e do Brucutu, de Vincent T. Hamlin.
Sua primeira escola havia sido ali mesmo, em Inhaúma. Parece incrível, mas conseguia recitar para mim e minha irmã, ainda agora, um poema (e talvez outros textos dos quais eu não me lembro) de sua cartilha:
Oito tomates, menino?/Tudo, tudo de uma vez?/Eu que não sou pequenino,/ não comerei mais que três!
Cursou, porém, o antigo ginásio (segundo segmento do atual ensino Fundamental) no Méier, numa escola só para meninas, de horário integral, na qual aprendeu corte, costura, chapéu, flores… essas coisas consideradas femininas na época. Isso foi durante a segunda guerra mundial e do regime político do Estado Novo. Como não tinham renda alta, recebia ajuda da escola, uniforme, essas coisas… Lá passava os dias, estudando e aprendendo ofícios.
Sobre essa época, ela contou que se sentavam à noite em torno do rádio para ouvir as notícias da guerra, principalmente depois que o Brasil começou a tomar parte. Eram tempos de apreensão. Disse, por exemplo, que eram tão pobres que nem chegavam a gastar todo o direito que tinham de compras nos cartões de racionamento. Não havia dinheiro para isso… É que, naquele período, havia escassez de víveres e as pessoas só podiam comprar uma certa quantidade de cada coisa, para que não faltasse para ninguém. O problema é que o dinheiro continuava sendo necessário, claro. Se não o tivessem, não era possível, sequer, adquirir aquele mínimo… Aos domingos, dias especiais, compravam 1 pedaço de manteiga que era dividido entre todos na bisnaga que compartilhavam para o café e o lanche. Até por isso, costumava guardar os biscoitos que ganhava de sobremesa no almoço da escola para dividir com a família em casa. Era esse tipo de mocinha… Apenas nunca senti um pinguinho de ressentimento por isso. Só a constatação e o conselho de que estudássemos e tivéssemos uma profissão para nos mantermos no futuro. Fora isso, o que sobressaíam de suas histórias eram as lembranças alegres.
A vovó tinha uma conta na caderneta da mercearia. O dono tinha sido muito compreensivo e a deixava pagar após juntar umas quantas compras e receber o dinheiro do seu trabalho e da reduzida pensão do vovô. Meus tios, quando eram moleques, iam vender os bolos da vovó nos jogos de futebol locais… Com o tempo, cada filho terminava os estudos (meus dois tios só acabaram o primário, um deles morreu bebê; já as mulheres todas concluíram o primeiro grau) entrava no mundo do trabalho e ia ajudando nas despesas da família. Com isso, foram melhorando pouco a pouco suas condições, mudando para casa melhor e com maiores recursos. Todos sempre unidos, colaborando uns com os outros.
Voltando ao tempo de ginásio, contou, também, que, todo ano, havia festas no campo de futebol do Vasco da Gama, das quais participavam todas as escolas. Creio que era pelo “Dia da Raça”, criado por Getúlio Vargas a partir de 1939 e comemorado em setembro, como parte das festividades da semana da pátria. Não entrarei no mérito da data, pois é controvertido, inclusive porque a ideia de uma raça brasileira única é bastante equivocada. Ressalto, no entanto, que, para a menina-moça, era uma ocasião de brilho, de manifestação de um civismo que fazia parte daquela realidade e dos sentimentos que se vivia então. Aliás, muitos e muitos anos mais tarde, ouvi ainda minha mãe cantando diversos hinos de memória: do exército, da marinha, à bandeira, da independência, nacional etc, etc, etc. Vejam bem… não era uma pessoa favorável a ditaduras, ou defensora do militarismo, de racismo, “sexicismo” ou quaisquer dessas ideias. Na verdade, nunca foi muito ligada em questões políticas. Mas vem de uma geração que aprendeu essa forma de amar o país e seu povo, a respeitar os símbolos da pátria e a cultivar a honra, o direito e o respeito à terra onde nasceu e aos outros. Precisamos sempre observar a história e as gentes segundo seu contexto, certo?!?
Enfim… seu tempo de adolescência foi marcado pelos estudos, pela igreja, pela família, pela guerra, pela luta de cada dia por sobrevivência, por ingênuas e deliciosas distrações, como as que descrevi antes, e pela dor. Aos 14 anos, após festejar com todos à sua volta o final da Segunda Guerra Mundial, perdeu seu irmão mais querido, a segunda grande perda que teve. Mas isso não lhe tirou o espírito, o senso de família, a religiosidade, a alegria, ou a dedicação aos estudos e ao trabalho.
Era uma boa aluna. Aplicada, séria. Queria muito ter sido professora, não o pôde, contudo. A vida às vezes tem dessas coisas. Era preciso trabalhar, ajudar em casa. Seguiu com a corrente e acabou sendo bancária. Dizia com orgulho que fez de quase tudo no banco, menos ser caixa. Contava de sua responsabilidade, de sua boa relação com os colegas. Orgulhava-se de organizar a Páscoa dos bancários anualmente e de fazer todos os cálculos primeiro de cabeça e só usar a calculadora para conferência. E foi lá que conheceu seu grande amor, o meu pai.
Meu pai, aliás, não era do Rio (naquela época, distrito Federal), mas de Miguel Pereira, uma cidade serrana do estado do Rio de Janeiro. Ele estudava odontologia na UFF e trabalhava no Banco de Crédito Pessoal para manter-se por aqui. Foram colegas primeiro e depois namorados, noivos e se casaram. Eu, que sou a mais velha de suas duas filhas, só nasci depois de 4 anos de casados. Portanto, puderam aproveitar bastante), quando não estavam trabalhando: indo, principalmente, ao cinema, lendo muito e, creio, ouvindo o Teatro de Mistério da Rádio Nacional (se não foi nesta época, seguramente foi antes, pois me lembro de ela falar sobre isso, como de outros programas de rádio muito populares durante toda a sua infância e juventude).
De Inhaúma, a menina de tranças, agora com os cabelos curtos mais modernos, mudou-se para a Tijuca, no ano em que eu nasci. Sua vida transformou-se bastante. Quando nasceu minha irmã, alguns anos depois, parou de trabalhar. Sua vocação para o magistério foi aplicada nos muitos anos em que foi catequista, preparando crianças para fazerem sua primeira comunhão (tanto quando solteira, em Inhaúma, quanto na Tijuca, quando eu e minha irmã estávamos maiorzinhas, e, mais tarde, até seus 82 anos!).
Teve outro grande trauma, quando se separou de meu pai. Sentiu, porém, a morte dele, 11 anos depois, considerando-se sempre sua viúva.
O interessante, porém, é que, em todo esse tempo de vida, sempre manteve o sorriso, a doçura, o otimismo. Costumava dizer que nunca quis coisas muito grandes, que foi vivendo conforme a vida se lhe apresentava. Por isso, se achava afortunada e feliz. E isso ficava claro no seu hábito de cantarolar; nas brincadeiras comigo e minha irmã quando éramos crianças, fazendo guloseimas para festinhas de nossas bonecas e tendo a paciência de receber toda a criançada do prédio para brincar no nosso apartamento; nos mimos para dois de meus primos em segundo grau, a quem tratou sempre como os netos que não teve; no sorriso enternecido ao ver, agora já mais velha, uma criança; na delicadeza no trato de todas as pessoas; na sua fé; no abandono de qualquer rancor e ressentimento. Guardo, também, umas histórias ou canções que nos contava, algumas que tinha aprendido de sua mãe, até bem trágicas, como: a canção da Juliana e Dom Jorge (a moça que envenena o namorado que ia trocá-la por outra), ou a do enterro da Iracema (ao que parece, ambas de tradições portuguesas), ou, ainda, o “Era e não era, imaginem vanceis” de Tales de Andrade. Eram retratos do passado e da raiz popular que mamãe transmitia na melhor tradição dos contadores de histórias e causos, para compor nossa cultura e rechear nosso imaginário.
Hoje, depois de toda essa retrospectiva, não há mais o que fazer do que guardar uma saudade doce, pacífica e feliz. Nada, senão agradecer o anjo que nos serviu de guia e exemplo. Nenhuma ação melhor do que comemorar e desejar-lhe feliz aniversário! A ela, à Beleza, menina travessa de pés no chão, jovem delicada de longas tranças castanhas, mulher forte trabalhadeira, senhora sábia com sorriso de olhinhos apertados e beijinhos lançados para nós com as pontas dos dedos, nosso querido “muito obrigada” e o desejo (a certeza) de que fique com Deus!…
Homenagem linda para uma pessoa igualmente linda!! Realmente, amiga, o momento é de gratidão por ter podido dividir tantos momentos doces com a sua mãezinha! Bjs no seu coração!!
Fico muito contente por você e outras pessoas estarem considerando o texto uma linda homenagem. Desejo que minha mãe, lá de onde ela está, também possa sentir todo o carinho e amor que essas palavras fracamente querem demonstrar. A bênção de conviver com ela tantos anos (quase 59!) é, sem dúvida, enorme. Um presente de Deus!!!! Bjs.
A moça de longas tranças… Bela e merecida homenagem! O céu está em festa!
🙂 A menina-moça-senhora está, sim, num céu em festa, rodeada de muito amor e de pessoas amadas, olhando sempre por nós! Bjs.
Linda e verdadeira homenagem!!
A titia sempre foi muito querida!
Nesses meus anos de vida nunca ouvi uma pessoa sequer fazer citações sobre ela, que não fossem elogiosas!!
E com justiça, porque ela sempre foi uma pessoa muito especial.
Entregou seus exemplos de vida, mas sempre sendo extremamente carinhosa com todos!!!
É isso mesmo, primo! Uma pessoa amável, fiel, carinhosa e um ótimo exemplo a seguir. Por isso, viverá sempre em nossos corações, num lugar bem especial! Bj.
Querida Cris,
Mais que uma homenagem, seu texto é o “retrato” do seu coração! Tanto amor que cada palavra lida me encheu de afeto. Muito obrigada por compartilhá-lo conosco! Com certeza sua mãezinha continuará velando por todos os seres queridos, feliz pela semente de amor que deixou. Missão cumprida, amiga! Bjs
Pois é, Simone… A mamãe era uma pessoa que inspirava amor! Quanto a compartilhar, foi um prazer. Assim, também, planto um pouquinho dela por aí! Como uma flor cheia de perfume e vida. Bjs.
Que homenagem linda! Que doçura de narração! Podemos sentir a conexão e o amor entre vocês.
Oi, Roseli. Eu tinha começado esta crônica antes mesmo de ela falecer. Tinha, claro, outro encaminhamento que precisei modificar. Mas eu já sabia sobre o que queria falar. Na verdade, mamãe foi uma inspiração fácil, pois essa doçura veio dela mesma: ela era doce e adocicava tudo ao seu redor! Meu amor e carinho são a verdadeira homenagem; o texto é apenas a tentativa de colocá-los em palavras e exteriorizar os sentimentos. Fico feliz que tenha conseguido… Bj.
Tenho toda a certeza e minha avó ( a caçulinha ds irmãos) que ela está em um lugar lindo. Ela esperou para ir no dia do casamento, talvez, quem sabe, encontrar com seu grande amor. Como disse a vovó. “Tenho certeza que ela está feliz!” Parabens tia Wilma. Olhe por nós todos.
Oi, Larissa querida. De fato, o dia é agora duplamente especial. Sua vida foi um modelo de fé e amor, por isso, compartilho com vocês essa certeza. Também creio que ela possa estar com meu pai. E não só com ele, mas com a vovó e o vovô, seus queridos irmãos que morreram antes, suas madrinhas, os sobrinhos e afilhados e tantas outras pessoas a quem ela guardava no coração! E, sua missão mudou de lugar e foco, mas continuará: ela olhará sempre por nós! Bjs.